Estivemos estudando neste domingo (15/06) a lição bíblica nº 11 do segundo trimestre de 2014 em todas as Igrejas Evangélicas Assembleias de Deus que utilizam a editora CPAD em suas escolas dominicais abordando a função Presbítero e seu ministério. Utilizando o texto base de Tito 1.5-7 e 1 Pedro 5.1-4 que admoestam o estabelecimento de presbíteros e o seu respectivo serviço na obra de Deus.
Não é de admirar que haja uma quantidade enorme de
presbíteros que desempenham suas funções por entre as Assembleias de Deus neste
vasto Brasil e também no campo missionário, no entanto, em seu sistema de
Governo, que se mescla entre o Episcopal e o Congregacional, percebe-se que há
uma subcategoria criada pelas Assembleias de Deus dessa sublime função bíblica,
ou seja, subpresbíteros. O texto da leitura bíblica em classe sugerida pelo
comentarista da revista, pastor Elinaldo Renovato, trás como objetivo
conceituar o termo e a função, valorizar o ministério e apontar para os deveres
dos presbíteros, porém, até que ponto os atuais presbíteros podem exercer
biblicamente seus ministérios? Nas bases de interpretações do verdadeiro
significado da palavra presbítero decidiu-se, provavelmente em Convenções, que
os mesmos seriam apenas auxiliares dos bispos ou pastores e mais um degrau a
conquistar, contrariando o texto bíblico (Atos 20.28). Hierarquizaram a função
de presbítero e colocaram o evangelista na posição intermediaria entre Pastor e
presbítero, deixando de vez o sistema de governo congregacional e decididamente
sendo episcopal, onde estes presbíteros não podem votar, tomar decisões, etc.
(At 15.2), em reuniões estaduais, nacionais, mas somente evangelistas e
pastores. Porque isso ocorreu?
Com o crescimento das Assembleias de Deus, fato notório
numa escala cada vez mais positiva, como reterem tantos talentos humanos que
passaram a compor o rol de membros da mesma e por que não dizer de homens aptos
ao ministério? Como toda organização, ainda que tendo como primazia o organismo
espiritual e cristão, a igreja é regida por processos sociais e espirituais, os
primeiros, mesmo que muitos não queiram ver, existem, e interfere na estrutura administrativa
e organizacional, ou seja ela afasta-se de uma linha horizontal hierárquica,
achatada nos processos como o era na igreja primitiva e segue rumo a uma cadeia
de comando mais verticalizada onde existe o papel do pastor, no topo, e na
sequencia vem os evangelistas, presbíteros, diáconos, auxiliares e porteiros, e
por último o membro. Como reter estes talentos humanos? Ser presbítero na
igreja primitiva não era função para qualquer um (Tt 1.6 e 7), pois a própria
bíblia o compara ao ancião ou ao bispo. Essa categoria criada: subpresbíteros,
homens que não têm a mesma autonomia de outras categorias já citadas aqui são
tidas para fechar uma grande lacuna no meio ministerial das Assembleias de
Deus, pois seriam homens com talentos espirituais e primorosos em conhecimento e
que pelo grande crescimento das igrejas locais não tinham como contê-los dentro
dos seus respectivos ministérios se não lhe atribuíssem uma função extra, mas
não na autonomia da igreja primitiva.
Nessa situação a Eclesiologia evoca ao verdadeiro significado
da palavra presbítero, do grego ‘presbys’, que significa pessoa mais velha e
sinônima de bispo, do grego ‘episkopos’, significando supervisor, de professor,
do grego ‘didaskolos’ e de pastor, também do grego ‘poimem’ (Bíblia de Estudo
Palavra-Chave, CPAD), conforme citado na própria lição e não despercebido no
ensino do apóstolo Paulo que cuidou em administrar as igrejas locais por onde o
evangelho expandia-se; uma de suas atribuições foi estabelecer presbíteros em
vários lugares, identificando assim, o aspecto pastoral da função na igreja primitiva.
A membresia na igreja Neo-Testamentária tinha uma grande influência na escolha
dos seus liderados; líderes e igreja local andavam em perfeita sintonia, pois o
sistema de governo, aparentemente Congregacional, dava margem para o corpo de
Cristo participar mais efetivamente dessas escolhas, pois, é a Igreja que torna
legítimo o ministério pastoral e não o oposto, e isto é Bíblico. O sistema
atual não é próximo ao sistema de Governo Presbiteriano, pois existem
hierarquias e bem definidas; certamente na Convenção Geral das Assembleias de
Deus de 1937, em São Paulo, foram debatidas as questões relativas aos
presbíteros e essa subcategoria, afirmando que não podiam ser considerados
pastores – isto está no próprio auxílio bibliográfico II da referida lição,
porém não explica o porquê de tirarem a ênfase bíblica de tão grande e
importante função. Melhor fosse consagrar bem menos presbíteros (anciãos) e fossem
revestidos de autonomias próprias de suas funções.
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