sexta-feira, 13 de junho de 2014

Como podemos provar que a Igreja pertence a Cristo e não aos homens?

Jesus é o bom pastor e deu a sua vida pela Igreja, Ele amou a sua Igreja (Jo 3.16; Ef 5.25; Jo 17.17).
A Igreja de Cristo é vista através de um ramo da teologia chamada de eclesiologia que é o estudo referente às coisas da igreja – eklesia: chamados para fora... Do Egito... Do mundo; reunião ou ajuntamento daqueles que foram retirados do pecado. A Igreja é:
Ø  Comunidade de cristãos que se reúnem em uma casa (Cl 4.15);
Ø  Comunidade de cristãos que se reúnem em uma cidade, igreja local (At 11.22);
Ø  Uma ou várias comunidades de cristãos, uma assembleia de pessoas chamadas povo de Deus (Hb 2.12; At 9.31);
Ø  Comunidade de cristãos no sentido mais amplo, de todo aquele por quem Cristo morreu (Ef 5.25).
A expressão igreja remete à criação, no Éden com Adão e Eva, e avança até a volta de Jesus. A igreja primitiva começa abrir um espaço entre a sociedade e mesmo sofrendo perseguições impõe sua presença como comunidade cristã, e na sequencia os Pais da igreja vivenciam também essa expansão. Por volta de 312 d.C. Constantino (272-337) institucionaliza a igreja centralizando o poder ao Estado e afastando o propósito central da fé cristã. Com a Reforma Protestante em 517, este vínculo entre igreja e estado é quebrado e os reformadores fazem voltar ao propósito original das Escrituras mostrando que somente Cristo é o mediador e senhor, cabeça da igreja universal, invisível, formada por santos salvos e da igreja local, visível, formada por salvos e não salvos.
Perante a Reforma ambas são instituições divinas: Igreja e Estado. O Estado, então, possui algumas responsabilidades, ou seja:
Ø  Proteger o serviço externo de Deus (a igreja visível);
Ø  Defender o sadio ensino da piedade e a condição da igreja;
Ø  Regular as nossas vidas para a sociedade humana;
Ø  Moldar a nossa moral para a justiça civil;
Ø  Reconciliar-nos uns com os outros;
Ø  Fomentar a paz e a tranquilidade comum.
Por outro lado a igreja local possui responsabilidades sociais:
Ø  Didática: instruções públicas e particulares de pastores e mestres em orientar os fiéis ao ensino bíblico relativo aos bens que a igreja possui (mordomia cristã), instruir quanto o valor do trabalho e do descanso e no exercício do ministério que a igreja deve ter, como disciplinar os membros faltosos;
Ø  Política: através da oração (At 4. 23 a 31);
Ø  Social: A própria Reforma Protestante (escolas, saneamento, educação).
As qualidades das igrejas locais as distinguem das demais, são também chamados de os atributos da igreja, são eles:
Ø  Unidade: interna e espiritual através da fé que ligam os membros a Deus (Ef 4);
Ø  Santidade: um processo de formação do caráter humano ao caráter de Deus através de Cristo (I Pe 1.15; 3. 15). Esta santidade não tem nada a ver com o comportamento intelectual ou ritualístico, mas tem a ver com a obra realizada pelo Espírito Santo (I Co 6. 19 e 20; I Ts 4. 3 a 8; II Ts 2.13). A santidade conduz a perfeição (Ef 1.4; Fl 1.1);
Ø  Catolicidade: Essa palavra remete a ‘universal’, por toda a parte da terra, nação, povo. Na antiga aliança o povo pertencia a Israel (Is 6.1). Se o próprio Israel não tivesse rejeitado a Cristo a salvação não viria aos gentios, pois estes só poderiam tornar-se filhos de Deus se converter-se ao judaísmo e a circuncisão, porém, através da nova aliança Cristo alcança os gentios (At 1.8; 7.9; Mc 16.15; Gl 3. 27 e 28; Ap 5.9);
Ø  Apostolocidade: É apostólica pois é fundamentada na doutrina dos apóstolos (Ef 2.20) e a fidelidade com a sua doutrina (I Co 3. 10 e 11), visto que os apóstolos testemunharam a obra vicária de Cristo (At 1.22; 3.6; 9.15) e foram os instrumentos inspirados por Deus para compilação do Novo Testamento (II Pe 1.20 a 21). Este último atributo, devido a sua diversidade não é muito explorado pelos teólogos.
A igreja visível se constitui por denominações e várias comunidades locais de crentes; nenhuma é perfeita, porém, a igreja cristã verdadeira possui principais marcas que a identificam e a colocam em destaque, são elas:
Ø  A correta pregação da Palavra de Deus: As igrejas liberais pregam que a Bíblia contém a Palavra de Deus, contudo, erradamente; quando se faz corretamente o uso da pregação é porque há uma crença na inspiração e inerrância da Bíblia (I Tm 3.16; II Pe 1.20 e 21), crença no poder de salvação efetuado pela Bíblia (II Tm 3. 14 a 16; Rm 1.16; 10.17) e crença na utilidade plena da Bíblia (Sl 24; II Tm 3.16 e 17; Jo 17.17; Rm 15.4);
Ø  A correta administração dos sacramentos: Batismo (marca visível de pertencimento à nova aliança e juramento de fidelidade a Cristo até a morte e a santa ceia que o crente reafirma este juramento quando participa dela);
Ø  A correta administração da disciplina ou o fiel exercício da disciplina: Onde não há disciplina até os verdadeiros crentes tendem a se corromper. O apóstolo Paulo ordena exercer a disciplina eclesiástica (I Co 5.1 a 5, 13). Uma igreja não é verdadeira se negar a disciplina.
Existem também propósitos para o que a igreja existe, são eles:
Ø  A igreja existe para glorificar a Deus (Sl 96.7 e 8; Gn 1.26 ao 28; Sl 8.5;
Ø  A igreja existe para espalhar o Reino de Deus (I Co 15.24 a 28; Mt 16.18; At 26.17 e 18);
Ø  A igreja existe para fazer discípulos (Mt 28.19);
Ø  A igreja é o agente transformador da sociedade (Mt 5.13 a 16; Fl 2.5; Ap 7).

A Igreja invisível, formada por todos os salvos ao redor do mundo compartilham e vivem todas essas fases e formas em que a Eclesiologia explica e afirma, por isso, convém ser membro apto desse corpo místico o qual Cristo Jesus é o cabeça.
(Adaptado das aulas de Eclesiologia do STPN)

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