segunda-feira, 9 de junho de 2014

O Caráter do Líder que Deus Usa - Baseado no texto de Russel Shedd

            O grande diferencial em toda história bíblica resume-se na virtude que envolve a vida de um líder que possuem uma vida em santidade, uma plena sabedoria que discerne, vive a plenitude do Espírito e desenvolve um senso de servilidade em equilíbrio. O texto adaptado de Russel Shedd traça o perfil do homem que Deus usa em suas igrejas, não só como organizações, mas também como organismos espirituais que demonstram o caráter dos seus liderados espelhados no líder eficaz.
            As razões que geram confiança nos liderados e estes passam a seguir seus líderes podem alterar de uns para outros, porém no modelo bíblico, o caráter é o ponto principal na liderança efetiva. Liderar é ir muito além de gerenciar, enquanto o primeiro prioriza a eficácia, a direção e o propósito num longo prazo, o segundo enfatiza o controle, a eficiência e as regras que maximizam o lucro. O autor aponta traços que acompanham o caráter de um homem usado por Deus, são eles: Santidade – na qual ele precisa ser sensível ao pecado e possuir boa reputação, racionalizar os erros cometidos para não enfraquecer a consciência; Cheio do Espírito Santo – a realidade do Espírito na vida de um líder cristão é outro traço forte no caráter humano, pois através desse contato espiritual o ser humano encontra zelo e prova que ele não está sozinho; Sabedoria – esta é a qualidade que uma igreja precisa receber através do seu líder, e ela é mais do que mera inteligência, não usando a razão e a experiência para resolução de problemas, mas a pura sabedoria do alto, plena em misericórdia e bons frutos do Espírito; – é um traço espiritual central para todo bom líder e exigida aos selecionados para conduzir a igreja; Amor – o amor está presente no coração de um líder eficaz e esta qualidade é essencial na vida exemplar de um líder cristão; Servilismo – a disponibilidade é processo fundamental na trajetória de um líder autêntico, não privando a responsabilidade com o próximo, nesse caso a igreja de Cristo, enraizada em motivos corretos para glória de Deus.
            A liderança autêntica, conforme o autor não precisa usar da força bruta ou do engano para com seus liderados, mas eles constroem sua posição através da confiança que produz bons líderes que beneficiarão a comunidade eclesiástica local, da qual eles são líderes.
A Palavra de Deus é recheada de exemplos e também de sinônimos que refletem à liderança, tanto a boa, quanto a má. O autor aos Hebreus argumenta com seus leitores a autoridade, honestidade e zelo com a qual os líderes cumprem sua vocação entre seus seguidores (Hb. 13;17).
            A Bíblia é o guia para a perfeita liderança cristã e o alicerce para os que querem construir suas vidas como um grande representante do Reino de Deus aqui na terra; Em I Pedro ele orienta: “Sede santos, porque eu sou santo”, isto demonstra o padrão exigido por aqueles que servem ao Deus vivo, e não somente isso, em especial os que lideram. Sem dúvida a maior necessidade hoje da igreja é a liderança, pois o grave problema enfrentado por muitas igrejas locais na atualidade é a não conformidade dos padrões bíblicos de muitos líderes cristãos nomeio evangélico. O chamado à liderança é um padrão constante apresentado na Bíblia. Na lista de exigências para o ofício pastoral apresentado por I Timóteo 3; 2 as palavras irrepreensível, autocontrole, prudente, respeitável, apto para ensinar, amável e pacífico, entre outras, são alguns adjetivos que fortalecem o padrão bíblico para o perfil de um líder aprovado por Deus.
            Ele usa de uma sabedoria, não terrena, mas dos céus, para se posicionar perante Deus e os homens, os quais ele prestará conta de seus feitos naquele Grande Dia (Tg. 3; 17); Devem ser cheios do Espírito Santo, assim como foram os escolhidos para o diaconato em Atos capítulo 6. A Bíblia sempre aponta para uma liderança transformacional, onde o próprio líder necessita passar por processos sucessivos de reciclagem pessoal e a cada dia adaptar-se melhor ao chamado de Deus em sua vida (Dn. 1; 15) – aqui a capacidade de Daniel para liderar aumentou com a convicção que ele próprio tinha de Deus; ela percorreu desde sua mocidade e aperfeiçoou-se com o tempo maturação humana.
            Contudo, um grande aspecto da liderança cristã é o servilismo, ou a disponibilidade do líder para executar a obra a qual lhe foi entregue, sem autopromoção, sem ambição, mas com humildade, onde o próprio apóstolo Paulo utiliza o termo ‘servo’ enfatizando essa atitude (I Co. 4; 1), ou seja, nenhuma função na casa do Senhor deve ser desempenhada sem ser acompanhada por um ‘espírito de serventia’ cristã. Pode-se conhecer uma pessoa dando-lhe poder – esse adágio popular descreve no meio evangélico as brechas que surgem entre as escolhas de líderes preocupados somente com o poder e o sucesso daqueles que realmente fazem a diferença nestes dias hodiernos.
            Jesus, sem dúvida é o exemplo maior de líder e de humildade durante o seu ministério humano (Fp 2; 5 a 8), pelo qual outros líderes bíblicos seguiram seu exemplo e cada um com suas particularidades: Samuel um líder democrático (I Sm 8), Abraão um líder carismático (Gn 17; 1 a 8), Moisés um líder centrado nas pessoas (Ex 5; 22 e 23) e etc. O que não falta na Bíblia são exemplos de lideranças contrárias aos padrões éticos cristãos, um caso em particular é o de Saul, um líder autocrata (I Sm 15; 22 e 28), escolhido a pedido do povo, mas sem o prévio consentimento divino, contudo, nem sempre as escolhas humanas são as melhores, mas quando Deus realiza todo o processo, líder e liderados são compensados.
Vive-se em uma sociedade que é rodeada por exemplos de líderes, homens e mulheres que administram organizações, desde a pequena ao grande porte, contudo conduzem seus processos de gestão pensando somente na fama e na busca do lucro imediato, não valorizam o capital humano, que deveria ser sua maior riqueza; muitas igrejas locais vivem esse mal deste século e infelizmente recorrem a ‘fórmulas’ que se baseiam no prestígio pessoal e na promoção do líder somente. Práticas essas contrárias aos ensinos de Jesus Cristo, o líder por excelência.
            A condição morna de muitos líderes atuais força ao uso dos púlpitos somente para apelarem e exaltarem o ego humano, enquanto que a Palavra doutrinária e verdadeira não alcança conforto nos corações dos liderados que são motivados às questões pessoais. O próprio Jesus colocou de lado sua própria vontade para fazer a vontade do Pai, um exemplo de resiliência e serviço cristão, pois, ser líder é ser servo submisso e ser principalmente honesto consigo mesmo. O verdadeiro líder cresce a partir de uma aptidão eficaz de suas habilidades preservando sua autoridade humilde e complacente com as doutrinas cristãs.
            Uma das coisas mais importantes da liderança cristã é o exemplo, ou seja, saber conduzir os liderados prestando um primoroso trabalho, sem brechas, sem fendas que comprometam sua integridade, como homem, como família, como cidadão, como cristão e principalmente como líder. Liderar parte da premissa de que primeiro houve um chamamento baseado em uma promessa existente na vida humana da parte de Deus e depois da boa execução dessa chamada durante sua vida. Há muitos chamados, mas pela vontade humana, tal qual Saul são escolhas do acaso, da necessidade de apenas preencher uma vaga existente sem esperar o plano Divino, são escolhas puramente da razão humana sem a intervenção da fé, da promessa, da virtude e da autoridade e ordenança de Deus.


Nenhum comentário:

Postar um comentário