sábado, 24 de maio de 2014

Sistemas de Governo Eclesiástico Conforme Russell Norman Champlin, Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia



Sistemas de Governo Eclesiástico que não levam em conta o senhorio de Cristo conforme os moldes teocráticos do Novo Testamento desmerecem os ministérios básicos em Efésios 4, 11 e 12 (“E ele deu uns para apóstolos, e outros como profetas, e outros como evangelistas, e outros como pastores e mestres, para a preparação dos santos, para a obra do ministério, para construção do corpo de Cristo”). A igreja primitiva achava-se em um estado espiritual ideal; com o desaparecimento dos apóstolos e de todo um ministério levantado pelo Espírito Santo, esta igreja entrou em uma decadência espiritual, por isso a intervenção divina é necessária, mesmo antes, no Antigo Testamento (Jeremias 23, 4: “Levantarei sobre elas pastores, que irão apascentá-las. E não mais temerão e nem se espantarão, e nem uma delas faltará, disse o Senhor”).
            Os tipos de Governo Eclesiástico descritos por Champlin são Episcopal, Congregacional e Presbiteriano; cada um deles também possuem pontos que assumem rejeição diante da crítica teológica, são eles:
Governo Eclesiástico Episcopal:
Ø  Percebe-se nas páginas do Novo Testamento que os títulos bispos, pastores e anciãos são intercambiáveis, ou seja, duas ou mais coisas podem ser usadas alternadamente com o mesmo propósito sem que o resultado seja alterado, pelo que não se deve pensar em uma hierarquia em relação aos três títulos e nem em relação aos demais ministérios: apóstolos, profetas e evangelistas, mas complementares, onde a autoridade de um permuta a do outro e vice-e-versa;
Ø  A sucessão apostólica não é uma doutrina bíblica, pois sacerdotes tidos como intermediários entre Deus e os homens é visto erroneamente (I Timóteo 2, 5: “Pois há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens: Um homem Jesus Cristo, [...]”);
Ø  Outro problema seria o fato das igrejas locais que não tinham origem apostólica e não poderem exercer a autoridade episcopal;
Ø  Quando se observa certas citações extraídas do Didaquê conclui-se que elas refletem muito mais uma situação de Governo Congregacional do que Episcopal.

Governo Eclesiástico Presbiteriano:
Ø  Ainda que no Novo Testamento os presbíteros estejam decidindo as coisas sem o voto da congregação os apóstolos estão também envolvidos, direcionando para o Governo Episcopal, assim, como muitas coisas eram resolvidas pelo voto da maioria de cada igreja local (Mateus 18, 15 ao 17: “ora, se teu irmão pecar contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele só. Se te ouvir, ganhaste teu irmão. Se não te ouvir, porém, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda questão seja decidida pela palavra de duas ou três testemunhas. Caso não lhe der ouvido, dize-o à igreja. Se nem mesmo à igreja der ouvido, trata-o como gentio ou cobrador de impostos”);
Ø  Apesar de intercambiáveis os termos presbíteros e bispos nos dias apostólicos existem evidências de que alguns presbíteros funcionavam como bispos (Tito 1, 5: “Por esta causa te deixei em Creta, para que colocasses em ordem o que falta, e que em cada cidade, constituísses presbíteros, como te ordenei: [...]”).
Governo Eclesiástico Congregacional:
Ø  Apesar de Atos capítulo primeiro ( título do texto: Matias substitui a Judas) demonstrar que certas coisas eram realizadas mediante o voto da congregação, outros trechos, como Atos 15, 1: (“Os apóstolos e os anciãos se reuniam para examinar a questão”), mostram que coisas importantes eram resolvidas por decisões tomadas pelos apóstolos e presbíteros;
Ø  Mesmo havendo no corpo místico, o qual Cristo é a cabeça, todos os crentes desempenhando o papel de um em Cristo, contudo há diferentes funções de autoridade hierárquica no Governo Congregacional, pois, eles, os apóstolos, tinham autoridade sobre os crentes (Atos capítulo cinco e I Coríntios 5, 5) e eram os alicerces da igreja primitiva (Efésios 2, 20: “Edificados sobre o alicerce dos apóstolos e profetas, sendo o próprio Cristo Jesus a pedra de esquina; [...]”);
Ø  O Governo Eclesiástico Congregacional é tendencioso à fragmentação e contínua divisão, pois não possui um governo centralizado, mas cada igreja local pode facilmente se desligar por completo de sua Convenção;
Ø  A aplicação do princípio democrático era limitada; como exemplo, a disciplina;
Ø  Mesmo no Didaquê havendo citações do modelo Congregacional de Governo há evidências também que o modelo Episcopal predominava.
Diante deste exposto o que realmente importa é se Cristo está podendo governar ou não as igrejas locais com a mesma liberdade e senhorio com que exercia durante a igreja primitiva? Com esse questionamento traça-se assim um perfil onde apontará para as principais marcas de uma igreja cristã verdadeira.

Autor: George Frexeia

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