Sistemas de Governo
Eclesiástico que não levam em conta o senhorio de Cristo conforme os moldes
teocráticos do Novo Testamento desmerecem os ministérios básicos em Efésios 4,
11 e 12 (“E ele deu uns para apóstolos, e
outros como profetas, e outros como evangelistas, e outros como pastores e
mestres, para a preparação dos santos, para a obra do ministério, para
construção do corpo de Cristo”). A igreja primitiva achava-se em um estado
espiritual ideal; com o desaparecimento dos apóstolos e de todo um ministério
levantado pelo Espírito Santo, esta igreja entrou em uma decadência espiritual,
por isso a intervenção divina é necessária, mesmo antes, no Antigo Testamento
(Jeremias 23, 4: “Levantarei sobre elas
pastores, que irão apascentá-las. E não mais temerão e nem se espantarão, e nem
uma delas faltará, disse o Senhor”).
Os tipos de Governo Eclesiástico descritos por Champlin
são Episcopal, Congregacional e Presbiteriano; cada um deles também possuem
pontos que assumem rejeição diante da crítica teológica, são eles:
Governo Eclesiástico Episcopal:
Ø Percebe-se
nas páginas do Novo Testamento que os títulos bispos, pastores e anciãos são
intercambiáveis, ou seja, duas ou mais coisas podem ser usadas alternadamente
com o mesmo propósito sem que o resultado seja alterado, pelo que não se deve
pensar em uma hierarquia em relação aos três títulos e nem em relação aos
demais ministérios: apóstolos, profetas e evangelistas, mas complementares,
onde a autoridade de um permuta a do outro e vice-e-versa;
Ø A
sucessão apostólica não é uma doutrina bíblica, pois sacerdotes tidos como
intermediários entre Deus e os homens é visto erroneamente (I Timóteo 2, 5: “Pois há um só Deus, e um só mediador entre
Deus e os homens: Um homem Jesus Cristo, [...]”);
Ø Outro
problema seria o fato das igrejas locais que não tinham origem apostólica e não
poderem exercer a autoridade episcopal;
Ø Quando
se observa certas citações extraídas do Didaquê conclui-se que elas refletem
muito mais uma situação de Governo Congregacional do que Episcopal.
Governo Eclesiástico Presbiteriano:
Ø Ainda
que no Novo Testamento os presbíteros estejam decidindo as coisas sem o voto da
congregação os apóstolos estão também envolvidos, direcionando para o Governo
Episcopal, assim, como muitas coisas eram resolvidas pelo voto da maioria de
cada igreja local (Mateus 18, 15 ao 17: “ora,
se teu irmão pecar contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele só. Se te ouvir,
ganhaste teu irmão. Se não te ouvir, porém, toma contigo mais uma ou duas
pessoas, para que toda questão seja decidida pela palavra de duas ou três
testemunhas. Caso não lhe der ouvido, dize-o à igreja. Se nem mesmo à igreja
der ouvido, trata-o como gentio ou cobrador de impostos”);
Ø Apesar
de intercambiáveis os termos presbíteros e bispos nos dias apostólicos existem
evidências de que alguns presbíteros funcionavam como bispos (Tito 1, 5: “Por
esta causa te deixei em Creta, para que colocasses em ordem o que falta, e que
em cada cidade, constituísses presbíteros, como te ordenei: [...]”).
Governo Eclesiástico Congregacional:
Ø Apesar
de Atos capítulo primeiro ( título do texto: Matias substitui a Judas) demonstrar
que certas coisas eram realizadas mediante o voto da congregação, outros
trechos, como Atos 15, 1: (“Os apóstolos
e os anciãos se reuniam para examinar a questão”), mostram que coisas importantes
eram resolvidas por decisões tomadas pelos apóstolos e presbíteros;
Ø Mesmo
havendo no corpo místico, o qual Cristo é a cabeça, todos os crentes
desempenhando o papel de um em Cristo, contudo há diferentes funções de
autoridade hierárquica no Governo Congregacional, pois, eles, os apóstolos,
tinham autoridade sobre os crentes (Atos capítulo cinco e I Coríntios 5, 5) e
eram os alicerces da igreja primitiva (Efésios 2, 20: “Edificados sobre o alicerce dos apóstolos e profetas, sendo o próprio
Cristo Jesus a pedra de esquina; [...]”);
Ø O
Governo Eclesiástico Congregacional é tendencioso à fragmentação e contínua
divisão, pois não possui um governo centralizado, mas cada igreja local pode
facilmente se desligar por completo de sua Convenção;
Ø A
aplicação do princípio democrático era limitada; como exemplo, a disciplina;
Ø Mesmo
no Didaquê havendo citações do modelo Congregacional de Governo há evidências
também que o modelo Episcopal predominava.
Diante
deste exposto o que realmente importa é se Cristo está podendo governar ou não
as igrejas locais com a mesma liberdade e senhorio com que exercia durante a
igreja primitiva? Com esse questionamento traça-se assim um perfil onde
apontará para as principais marcas de uma igreja cristã verdadeira.
Autor: George Frexeia