domingo, 2 de novembro de 2014

Pesquisa mostra as heresias mais comuns nas igrejas modernas


A mais recente pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisas LifeWay é intitulada “Americanos acreditam no céu, inferno e em algumas heresias”. Encomendada pela Ligonier Ministries e publicada ontem (28), recebeu destaque em vários sites de conteúdo evangélico.
O material revela que muitos evangélicos americanos têm opiniões “heterodoxas” sobre a Trindade, a salvação, e outras doutrinas. Segundo os padrões dos conselhos mais importantes da Igreja primitiva, essas posturas seriam consideradas heréticas.
Os pesquisadores fizeram 43 perguntas sobre fé, abordando temas como pecado, salvação, Bíblia e vida após a morte. A pesquisa feita com 3 mil pessoas tem uma margem de erro de 1,8% e seu nível de confiança é de 95%.
As principais conclusões do estudo são que embora a imensa maioria – 90% dos evangélicos e 75% dos católicos – acredite que o céu é um lugar real, cerca de 19% dos evangélicos (67% dos católicos) acreditam que existem outros caminhos para chegar lá que não seja através da fé em Jesus.
Por outro lado, 55% dos evangélicos dizem que o inferno é um lugar real, contra 66% dos católicos. Na média, os americanos não parecem muito preocupados com o pecado ou em irem para o inferno depois de morrer. Dois terços (67%) dizem que a maioria das pessoas são basicamente boas, apesar de todos os seus pecados. Apenas 18% acredita que até mesmo pequenos pecados podem resultar em condenação eterna, enquanto pouco mais da metade (55%) dizem que Deus tem “um lado irado”.
A importância desse tipo de levantamento é a grande influência que a igreja americana tem sobre a maioria das igrejas do mundo ocidental. Segundo Stephen Nichols, diretor acadêmico da Ligonier, os dados mostram “um nível significativo de confusão teológica”. Muitos evangélicos não têm visões em harmonia com a Bíblia sobre Deus ou os seres humanos, especialmente em questões de salvação e do Espírito Santo, acrescentou.
Alguns pontos têm variação expressiva dependendo da tradição teológica a que a pessoa entrevistada pertence. Porém, em algumas questões os resultados surpreendem. Em alguns casos, o problema parece ser mais a falta de informação.
Menos da metade (48%) acredita que a Bíblia é a Palavra de Deus, sendo que 50% dos evangélicos e 49% dos católicos dizem que ela é “útil, mas não uma verdade literal”.
visao teologica sobre a biblia Pesquisa mostra as heresias mais comuns nas igrejas modernas
Ao mesmo tempo, por exemplo, apenas 6% dos evangélicos acham que o “Livro de Mórmon” é uma revelação de Deus, enquanto outros 18% “não tem certeza e acham que pode ser”. Possivelmente desconhecem que os mórmons são uma seita e que, para eles, Jesus e o Diabo são irmãos, filhos do Deus-pai, que vive em outro planeta.
Perguntados sobre a natureza de Jesus, um terço (31%) disse que Deus, o Pai é mais divino do que Jesus, enquanto 9% não tinham certeza. Além disso, 27% dizem que Jesus foi a primeira criação de Deus, e outros 11% não tinham certeza.
tabela jesus e deus Pesquisa mostra as heresias mais comuns nas igrejas modernas
No segundo e terceiro século, proeminentes teólogos e líderes da igreja debateram por muito tempo sobre a natureza. O concílio ecumênico da Igreja em Nicéia, no ano 325, e o concílio ecumênico de Constantinopla, em 381 declararam sua rejeição a qualquer ensinamento que defendia que Jesus não era um com o pai, da mesma substância. Logo, tratar Jesus como um ser criado e menor que Deus-Pai não é um ensinamento cristão, embora permaneça sendo ensinado por seitas como os mórmons e os Testemunhas de Jeová.
Na mesma época, concílios ecumêmicos também esclareceram que a Trindade era composta por Pai, Filho e Espírito Santo, sem diferença de essência ou hierarquia entre eles. Quando questionados sobre a pessoa do Espírito Santo, os evangélicos de 2014 revelam posturas ainda problemáticas. Mais da metade (58%) disse que o Espírito Santo é uma força, não uma pessoa. Enquando 7% disse não ter certeza. Sobre o Espírito Santo ser menos divino do que Deus Pai e Jesus, 18% concordaram e o mesmo percentual respondeu “não sei”. Já dois terços dos católicos (75%) responderam acreditar que o Espírito Santo é apenas uma “força divina”.
tabela espirito santo Pesquisa mostra as heresias mais comuns nas igrejas modernas
A natureza humana e a salvação são outras áreas que mostram confusão nas respostas. Dois em cada três evangélicos (71%) dizem que uma pessoa será salva se buscar a Deus primeiro, e depois Deus responde com sua graça. Uma percentagem semelhante (67%) disse que as pessoas têm a capacidade de se converter a Deus apenas por sua própria iniciativa. Ao mesmo tempo, mais da metade (56%) disse que as pessoas têm de contribuir para a sua própria salvação.
tabela graca Pesquisa mostra as heresias mais comuns nas igrejas modernas
Essa parece ser a questão que ainda suscita mais debate. A tradição mais comum entre católicos romanos, ortodoxos e aguns ramos protestantes defende que os seres humanos cooperam com a graça de Deus na salvação. O ensinamento cristão histórico em todos os ramos é que qualquer ação por parte do homem será apenas uma resposta à obra do Espírito de Deus.
Ao serem perguntados sobre a igreja local, 52% acreditam que não há necessidade de pertenceram a uma igreja, pois buscar a Deus sozinho tem o mesmo valor que a adoração comunitária. Ao mesmo tempo, 56% disseram crer que o sermão do pastor não tem “qualquer autoridade” sobre eles. Quarenta e cinco por cento dos entrevistados acredita que tem o direito de interpretar as Escrituras como quiserem.

Teólogos comentam

A revista Christianity Today consultou teólogos sobre os resultados da pesquisa. Para Nichols, a Ligonier apenas está verificando o que muitos pastores já sabem: as pessoas não conhecem sua fé a fundo.
Timothy Larsen, professor do pensamento cristão no Wheaton College, afirma que isso só poderá ser revertido com mais discipulado bíblico. John Stackhouse, professor de teologia no Regent College, em Vancouver, é enfático: “Um sermão no domingo e um estudo bíblico simples durante a semana não é suficiente para informar e transformar a mente das pessoas para seguirem a teologia cristã ortodoxa.”
Ele acredita que é preciso mais empenho dos que pregam para deixar claro o que a Bíblia ensina sobre essas questões-chaves. Opinião parecida tem Beth Felker Jones, professora de Teologia no Wheaton College: “Os líderes da Igreja precisam ser capazes de ensinar a verdade da fé com clareza e precisão, e nós precisamos ser capazes de mostrar às pessoas por que isso é importante para as nossas vidas.”
Howard Snyder, ex-professor de em vários seminários conhecidos, enfatiza que a doutrina da Trindade não é um “conceito teológico abstrato, mas uma verdade cristã fundamental que nos informa sobre o Deus que adoramos, que somos como seres humanos, e toda a criação”.
Na análise do diretor da LifeWay, Ed Stetzer, o evangélico médio “gosta de acreditar em um tipo de Deus quase cristão, com doutrinas incompletas”.
Recuperado do site: <http://noticias.gospelprime.com.br/pesquisa-evangelicos-doutrinas-basicas/> Acesso em 02 de nov. de 2014.

Expiação Limitada e Ilimitada

“Ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro.” 1 João 2:2
 
Introdução:
            Através dos benefícios outorgados à criação humana pelo sacrifício vicário de Cristo torna-se incontestável a salvação diretiva de Deus, contudo, por quem Jesus realmente morreu é o debate recorrente na história da teologia da igreja e consequentemente nos grupos evangélicos existentes, desde os ensinamentos totalmente contraditórios às Escrituras, como é o caso do Universalismo e do Pelagianismo, até outros aceitos nas comunidades cristãs e que produzem um teor voltado para os ensinamentos bíblicos, mas, mesmo assim, divergem em alguns aspectos. Dentre esses aspectos divergentes vários teólogos do passado e da contemporaneidade aprofundaram seus estudos tentando ora minimizar essas brechas, ora defender seu ponto de vista, ambos sob uma perspectiva puramente respaldada pelas Escrituras, ou seja, uns grupos apontam para uma expiação limitada – é o caso de presbiterianos, batistas, congregacionais, etc., que trazem à luz uma cristologia com base no Calvinismo – e outros veem na expiação ilimitada como o melhor caminho – são eles na maioria os grupos pentecostais (Assembleia de Deus, Quadrangular, Nazareno, Metodista, etc.) que se apoiam no modelo Arminiano para defesa de sua crença.
            Destarte ficar evidente que Jesus Cristo é o centro de discussão da maioria em potencial desses grupos e que a teologia é riquíssima em cooperar para o bom estudo da Bíblia Sagrada desde os primórdios quando atuavam os pais da igreja e já se tentava formular pontos de vista em relação à expiação atravessando o tempo e chegando à pós-modernidade com um leque de muito mais adeptos em ambos os lados. Esse trabalho presta-se ao enriquecimento do assunto e visa somar ao bom andamento das doutrinas cristãs.

Expiação Limitada
            Segundo os particularistas, assim também chamados aos adeptos da teoria da expiação limitada, argumentam que Cristo morreu somente por um grupo de pessoas eleitas durante todas as dispensações predeterminadas por Deus.

Expiação Ilimitada
            Conforme os defensores do universalismo qualificado ou teoria da expiação ilimitada creem que Cristo morreu por todos os homens que no presente arrependem-se e creem no Senhor, tempo este que separa as duas vindas de Cristo, mas, com propósitos diferenciados em relação aos salvos do passado e consequentemente os do futuro.
Então, por quem Cristo morreu?
            A questão em debate deve ser entendida, a começar, evitando a dogmatização extremada feita pelos grupos divergentes, pois, cada um dos lados possuem suas bases na Bíblia e na lógica, onde a questão não é de aplicação: Ambos admitem que nem todos serão salvos. A discórdia vem da vontade divina em tornar a salvação possível a todos ou somente um grupo de eleitos. O foco está na amplitude da expiação. Stanley Horton (1997) apud Thiessen concluem o pensamento do Sínodo de Dort (1618-19): “[...] que a expiação é ilimitada no sentido de estar à disposição de todos; é limitada no sentido de ser eficaz somente para aqueles que creem. Está à disposição de todos, mas é eficiente apenas para os eleitos”. A resposta, contudo, não seria tão simples assim. Muita pesquisa e leitura são feitas por teólogos comprometidos com a verdade das Escrituras e em ambos os pontos de vista ainda há profundidade absoluta no assunto para se extrair muito mais. Desta forma, esta pesquisa, dentro do estudo da Cristologia – uma das áreas da Teologia Sistemática – tenta absorver as ideias centrais de teólogos que concentram opiniões nos dois pontos: Expiação limitada e ilimitada como se segue nas laudas abaixo.
Stanley M. Horton, teólogo Pentecostal norte-americano, escritor e educador (1916-2014) apresenta em sua Teologia Sistemática uma breve alusão ao assunto em destaque, mas deixa claro sua defesa em prol da expiação ilimitada, pois, afirma que somente o universalismo qualificado dá sentido à oferta sincera do Evangelho a todo o indivíduo e que antes da ascensão do Calvinismo, a expiação ilimitada havia sido a opinião majoritária desde os primórdios da Igreja; cita ainda que a ideia da expiação ilimitada atrai um segmento muito maior do testemunho bíblico com menos distorção do que a expiação limitada.
É preferível entre os Reformados a expressão Redenção Particular ao invés de Expiação Limitada, pois esta última estaria dizendo que a obra expiatória de Jesus fosse deficiente em algum aspecto. Wayne Grudem (2010) em sua Teologia Sistemática esclarece algumas questões em relação a essa doutrina e o faz com cautela quando são apresentadas as implicações pastorais desse ensino, ou seja, tais reformados devem reconhecer o potencial de equívocos que podem suscitar a expressão ‘Cristo morreu só por seu povo’ (uma frase ambígua) ao público incrédulo, por amor à verdade e à preocupação pastoral em oferecer gratuitamente o evangelho.
Já sob a perspectiva do teólogo sistemático Lewis Sperry Chafer (2003), com uma das maiores complexidades pela erudição do seu trabalho, argumenta que para se entender as controvérsias entre os teólogos ortodoxos e eruditos em relação ao assunto deve-se antecipadamente analisar a ordem dos decretos Divinos, onde cinco deles estão diretamente relacionados com o propósito da eleição. Uma ordem lógica, antes que cronológica – partindo do princípio de causa e efeito na mente de Deus, onde uma questão prepara o caminho para outra e assim por diante. Estes decretos são listados abaixo, agora sem importar a ordem divina correta, mas somente para reconhecimento:

1 – O decreto de eleger alguns para a salvação e deixar outro entregues à justa condenação deles;
2 – O decreto de criar todos os homens;
3 – O decreto de permitir a queda;
4 – O decreto de providenciar salvação para os homens;
5 – O decreto de aplicar a salvação aos homens.
            Chafer mostra que quatro escolas de interpretação são reconhecidas, cada uma defendendo uma ordem específica na ordenação destes decretos eletivos, ou seja, calvinistas supralapsarianos (1, 2, 3, 4 e 5), calvinistas infralapsarianos (2, 3, 4, 4 e 1), calvinistas sublapsarianos (2, 3, 1, 4 e 5) e arminianos (2, 3, 1, 4 e 5 – a ordem aqui é idêntica à visão infralapsariana, exceto a visão arminiana da eleição). A partir do momento que são movidas em ordens diferenciadas esses cinco pontos, obviamente os resultados serão diferentes. “As escolas calvinistas são o resultado de uma indução fiel da Palavra de Deus relacionada com os decretos eletivos, enquanto que a escola arminiana é uma intrusão da razão humana” (CHAFER, 2003, vol. 3 e 4, p. 181).
            Contudo, o próprio Chafer levanta um questionamento: “Como pode um evangelho universal ser pregado, se não há uma provisão universal?” (CHAFER, 2003, vol. 3 e 4, p. 181), ou seja, isso implica dizer que Cristo não morreu para os não eleitos, mas sua expiação vicária é a base onde a salvação é oferecida a todo o mundo; perigosamente uma contradição.
            Aparentemente, Louis Berkrof (2009) produz um texto mostrando o propósito da expiação destinado a afetar a relação de Deus com o pecador, ou seja, a expiação não só tornou possível a salvação para o ser humano, como também a garantiu, contudo, o mesmo não foge a regra: Qual a extensão dessa expiação? Ele argumenta que o ponto exato da expiação está centralizado na seguinte afirmativa: “A Bíblia ensina claramente que a finalidade e o efeito da obra expiatória de Cristo não consistem apenas em tornar possível a salvação, mas, sim, em reconciliar Deus com o homem e dar aos homens efetiva posse da salvação eterna, uma salvação que muitos não conseguem obter” (BERKHOF, 2009, p. 364).

Quadro Explicativo da Relação entre Expiação Limitada e Ilimitada

            A síntese desta pesquisa pode ser suficientemente resumida no quadro abaixo que trás uma visão abrangente do que esses quatro teólogos sistemáticos (Horton, Chafer, Berkof e Grudem) apontaram em sua produção literária tendo como centro Cristo e o tipo de expiação por eles defendida. Levando em conta a definição de Expiação como sendo o “[...] aspecto da obra de Cristo, e particularmente sua morte, que torna possível a restauração da comunhão entre indivíduos que creem em Deus” (ERICKSON, 2011, p. 77), a palavra expiação só é encontrada no Antigo Testamento – kãphar – usado aproximadamente setenta vezes, cujo significado é cobrir, ou seja, Deus perdoava e restaurava o indivíduo onde o pecado era somente coberto pelo sacrifício de animais, isto de forma típica e não real. No Novo Testamento a palavra expiação não é realmente encontrada. A palavra que trás o significado mais próximo dessa verdade é reconciliação e seu significado é trazer duas pessoas, antes separadas, para um estado de concordância (CHAFER, 2003).

Expiação
Ilimitada
Limitada
Pelagianismo
Universalismo
Por quem Jesus morreu?
Por todos os seres humanos que atestam uma fé em Cristo no presente.
Somente pelos que Deus elegeu desde a fundação dos tempos.
Somente como exemplo para os pecadores.
Por todos os seres humanos, pelos anjos decaídos, e em todas as eras.
Aplicação da Expiação
Deus resgatará a tantos quantos crerem em seu Filho Jesus.
É extremamente rigoroso o desígnio de Deus em favor somente dos seus eleitos.
Qualquer ser humano, desde que tenha uma vida piedosa como Cristo, poderá adquirir sua expiação; heresia do Pelagianismo.
Deus em seu infinito amor sobrepujará toda forma de pecado, o que é tido como heresia pelos teólogos ortodoxos.
Como é visto o pecado
Nascemos pecadores e culpados pelos nossos pecados herdados da queda de Adão.
Nascemos pecadores e culpados em Adão.
Nascemos sem pecado como Adão, mas pecamos no decorrer da vida, ou seja, negam o pecado original.
Somos pecadores, porém culpados somente pelos nossos erros e não pelos de Adão.
Pontos fortes dessa doutrina
Os que defendem a expiação ilimitada reconhecem aspectos dispensacionalistas dos tratamentos divinos com os homens onde o aspecto universal da morte de Cristo é aplicado somente à Igreja na era presente.
A eleição incondicional afirma que Deus elege pessoas para a salvação baseado inteiramente em Sua vontade, e não em nada que seja inerente à pessoa, bem como sua graça irresistível onde Deus chama alguém para a salvação, e esta pessoa inevitavelmente virá a ser salva.
Ao criar o homem Deus não o submete, como as outras criaturas, com a lei da natureza, mas deu-lhe o privilégio único de realizar a vontade divina por sua própria escolha. Esta possibilidade de escolher livremente o bem implica a possibilidade de escolher o mal em uma responsabilidade moral.
Deus não pode agir independentemente do amor e que Deus tem sempre o propósito de expressar Seu amor em tudo o que faz.
Pontos fracos desta doutrina
A depravação parcial defende que cada aspecto da humanidade está contaminado pelo pecado, mas não ao ponto de fazer que os homens sejam incapazes de colocar sua fé em Deus por iniciativa própria; surge a graça resistível.
Ignoram as distinções das dispensações reconhecendo um propósito eletivo de Deus incluindo toda raça humana em sucessão contínua.
Não reconhecem que só com a ajuda da graça divina pode um indivíduo superar a força do pecado e viver corretamente diante de Deus.
Todos os seres humanos e angelicais criados por Deus, sem exceção, serão salvos e irão para o céu. Não existe nenhum inferno eterno.
Justificativas Bíblicas
Hb. 2.9;
Jo. 3.16;
Jo. 1. 29;
I Tm. 2.4;
I Jo. 2.2.
Jo. 10.11,15;
Ef. 5.25-27;
At. 20.28;
Mt. 1.21;
Rm. 8.32-35;
Jo. 6. 37-39.

I Jo. 4. 8, 13.
At. 3.21.
Figura 1 – Relação entre expiação e as doutrinas a ela aplicadas.
Considerações Finais
            No processo de trazer o maior número possível de almas à salvação a discussão entre defensores da redenção limitada e ilimitada são usados vários textos das Escrituras tentando harmonizar os conflitos ou mesmo apontando uma única verdade em detrimento da outra. Naturalmente o Evangelho deve ser entendido por aqueles pelos quais são pregados, os homens e mulheres comprometidos com a verdade. Muito do que está escrito ainda é oculto à razão humana e o que Deus tem preparado para os seus escolhidos é inefável e se harmoniza perfeitamente como que Jesus Cristo ensinou e nos deixou a seguir. Um ponto principal para diminuir essa lacuna existente entre os que creem numa expiação limitada e também ilimitada é saber prudentemente que uma vida de santidade é a margem crucial para que o ser humano possa estar no plano salvador de Deus, pois, não será Deus derrotado se os homens por quem Cristo morreu forem condenados, tendo em vista a morte de Cristo ser uma transação consumada, sendo mais do que real em sua disponibilidade, contudo potencial para salvar.
            Embora sejam expressões de uso comum entre grandes teólogos, os termos expiação limitada e ilimitada são insuficientes para expressarem a dimensão do plano Divino relativo a elas. A palavra expiação é de certa forma melhor estudada quando a ela introduzimos outras palavras, como, redenção, reconciliação, propiciação, regeneração, justificação e santificação que também asseguram bênçãos espirituais através da morte de Cristo, mesmo que tratadas de forma distintas em seus conceitos. A obra consumada de Cristo tem total êxito quando a ação de todas essas palavras é absorvida pelos cristãos e vivenciada em seu cotidiano.

Referências:
BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. Trad. Odayr Olivetti – 3ª Ed. Revisada. São Paulo: Cultura Cristã, 2009.
CHAFER, Lewis Sperry. Teologia Sistemática. Trad. Heber Carlos de Campos – Vol. 3 e 4. São Paulo: Hagnos, 2003.
CHAFER, Lewis Sperry. Teologia Sistemática. Trad. Heber Carlos de Campos – Vol. 7 e 8. São Paulo: Hagnos, 2003.
ERICKSON, Millard J. Dicionário Popular de Teologia. São Paulo: Mundo Cristão, 2011.
GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática: Atual e Exaustiva. Trad. Norio Yamakami; Lucy Yamakami; Luiz A. T. Sayão; Eduardo Pereira e Ferreira – 2ª Ed. São Paulo: Vida Nova, 2010.

HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Trad. N Chown. Rio de Janeiro: CPAD, 1996.

sábado, 20 de setembro de 2014

LIBERALISMO TEOLÓGICO

Introdução:
            O liberalismo é um sistema complexo, individualista e que não se ajusta a nenhum outro sistema ou dogma, afirmando uma racionalidade humana em detrimento da soberania divina. Os liberais defendem a absoluta liberdade de expressão, uma ampla democracia política e uma expressiva tolerância religiosa para que haja um pleno desenvolvimento de suas ideias. O liberalismo teológico, também chamado de modernismo e em outras vezes de neoprotestantismo, foi uma ramificação da teologia alemã que surgiu depois do iluminismo, pelo qual foi produzido, opondo-se a ortodoxia cristã, enfatizando que a Bíblia contém a Palavra de Deus e dessa forma seus teólogos, em sua maioria, rejeitam a revelação das Escrituras e o sobrenatural que há nela. “Na teologia, o liberalismo é um sistema unificado” (SCHAEFFER, 2010, p. 113).
            Não se pode falar de liberalismo, sem antes ater as atenções no iluminismo, pois este marcou uma época de transição entre a era antiga e a moderna – período este em que a Reforma Protestante foi contemporânea durante o século 16 e contribuiu como um movimento de saída dos tempos medievais – e durante os séculos seguintes essa explosão na história intelectual do Ocidente já fazia do iluminismo o centro das atenções, e uma antropologia otimista, colocando o ser humano numa posição mais elevada e no centro da história, e não mais Deus. “A era do Iluminismo desafiou os pontos de vista tradicionais e reformulou o pensamento em todas as áreas da sociedade ocidental. Porém, nenhuma dimensão foi mais afetada do que a crença religiosa” (GRENZ, OLSON, 2003, p. 21).
            Essa impureza doutrinária trazida pelo liberalismo não é novidade para a modernidade, pois a igreja em todas as suas fases enfrentou o problema de erros doutrinários, contudo, atualmente, isso nunca foi tão forte e impactante. Schaeffer (2010) aponta para uma transição na teologia liberal que sai da sua fase antiga para o novo liberalismo ou teologia existencial, onde na Alemanha, o país do berço do liberalismo teológico muitos teólogos influenciaram outros ao longo dos tempos e cada vez mais conflitava em pontos periféricos das verdades centrais da fé cristã.
            Como um sistema teológico, o liberalismo não se originou por acaso, nem muito menos era seu propósito encerrar o cristianismo histórico, mesmo que seja visto como uma ameaça deliberada a ortodoxia cristã, a teologia liberal foi, na realidade, uma tentativa de resgatar coisas importantes do cristianismo que haviam se perdido pela ação do iluminismo (SAWYER, 2009). Sendo assim, há futuro para a igreja em nosso tempo? Conforme Schaeffer (2010) os teólogos liberais falam e agem como se os crentes tornam-se cristãos ao ingressarem no relacionamento horizontal da comunidade evangélica; e este é o problema do homem moderno, ou seja, a incapacidade de encontrar valor suficiente no próprio homem – “coroa da criação de Deus” (Salmos).
Os antigos liberais estão cansados [...] Eles estão cansados da suspeita da ortodoxia de tendências emocionais na sociedade. Mas eles também estão cansados do antigo liberalismo crítico, tão preocupados com soluções “científicas” para o sobrenatural da Bíblia. Assim como o marxismo político, o liberalismo na igreja deu poucas respostas às necessidades espirituais e não produziu um evangelho capaz de ir ao encontro das expectativas globais de um planeta unificado. O liberalismo precisa de um novo contrato de vida (JONES, 2002, p. 51).

Raízes Principais do Liberalismo Teológico:
            Existem interesses sociais dos teólogos liberais (o evangelho social), pois dão ênfase às mudanças sociais ocorridas nas pessoas visando o bem estar destes indivíduos numa preocupação extremada com a criatura e colocando em outro plano os atos diretivos de Deus. Os liberais destacam-se pela erudição e suas pesquisas, contrariando os conservadores que se apoiavam somente às Escrituras – segundo os liberais um tipo de argumentação que envolve falhas e podem ser manipulados pela interpretação do leitor.
            Vale salientar que os liberais sustentam que as crenças judaicas e cristãs são tidas como obsoletas diante da profundidade das ciências, pois, onde esta contradizia a Bíblia, havia uma preferência às ciências e também a historicidade e a revelação foram constantemente atacadas, destarte a razão prevalecer através dos estudos críticos e não somente na fé no livro que se estava em pauta, ou seja, a própria Bíblia.
            Segundo a enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia (volume 3) de Champlin (2013) existem seis características da Teologia Liberal:
I – Foi posta em dúvida – a natureza única – do cristianismo;
II – Foi promovida a dessupernaturalização do cristianismo;
III – Foram evocadas filosofias correntes para explicar a natureza do cristianismo, com a apresentação de argumentos antimetafísicos;
IV – Veio à tona a distinção entre o Jesus teológico e o Jesus histórico;
V – A historicidade do cristianismo foi atacada, e seus ensinos sem igual foram salientados com a sua verdadeira contribuição;
VI – Mudaram as atitudes concernentes ao pecado e à salvação.
            Estes movimentos teológicos liberais são comumente identificados, nos seus primórdios, especificamente no protestantismo, no catolicismo romano e também no judaísmo, adquirindo formas e estágios diferenciados, com ênfase na busca da libertação das amarras intelectuais e o direito do questionamento das autoridades e consequentemente a investigação de suas credenciais. Contudo, muitas de suas ideologias foram atacadas nos séculos XVIII e XIX, mas foi no século XX que um contra ataque dos conservadores protestantes, embora, hoje, a teologia liberal esteja presente na maioria das grandes denominações e sirva de importante estímulo para as discursões teológicas. Em tese os teólogos liberais sustentam a ideia de que toda a teologia exige julgamento humano e a obediência cristã nunca pode ser uma submissão cega às afirmações, ficando sujeitas às indagações críticas e as fontes e suas normas teológicas são puramente humanas (KEELEY, 2000).
            A teologia liberal tenta argumentar a visão cristã tradicional sob as bases intelectuais e às hipóteses científicas, o que os têm levado a falhas em sua criticidade a estas novas hipóteses e muito apressados em abandonar opiniões da tradição cristã, mas, em contrapartida, “[...] a teologia liberal tem servido para estimular a pesquisa intelectual e manter o pensamento teológico em contato com a cultura contemporânea” (KEELEY, 2000, p. 323).

Principais teólogos liberais:
Ø  Immanuel Kant (1724-1804) – filósofo alemão foi o divisor de águas entre a Filosofia Moderna e a Contemporânea, exercendo grande influência sobre o Liberalismo Teológico. Na concepção kantiana, Deus, alma e liberdade são coisas que os seres humanos não têm acesso pela razão, diferente da fenomenologia, que é como as coisas se mostram. Houve um descrédito da religião sobrenatural. Ele mesmo, afastando-se do agnosticismo teológico, aproxima-se de um deísmo, onde o homem só possui necessidade de Deus em seu mundo ético, distante do homem, impedindo a ação do Deus Soberano (COSTA, 2004).
Ø  Hegel (1770-1831) – professava a fé luterana e é um pensador extremamente sistemático, onde, para ele, o único método adequado era o dialético, ou seja, a tese, a antítese e a síntese. Segundo ele todo o conhecimento humano nada mais é do que o Espírito Absoluto (COSTA, 2004).
Ø  Friedrich Schleiermacher (1768-1834) – foi considerado o pai da teologia liberal e o criador incontestável de um novo modo de ver Deus e a teologia na era moderna promovendo uma revolução na teologia ao privilegiar o sujeito (a experiência cristã) como fonte primária do conhecimento de Deus (MCDERMOTT, 2013).
Ø  Rudolf Bultman (1884-1976) – um dos maiores liberais da era recente que combinou ceticismo radical com um existencialismo pouco diluído. Foi um dos pioneiros da crítica da forma, interpretando o Novo Testamento sob um aspecto de desmitologização de sua mensagem (BROWN, 2007).
Ø  Albrecht Benjamin Ritschl (1822-1889) – teólogo alemão estabeleceu a segunda corrente mais importante no liberalismo clássico e via a religião em termos de moralidade e de esforço pessoal no estabelecimento do Reino de Deus (SAWYER, 2009).
Ø  Adolf Von Harnack (1851-1930) – historiador eclesiástico luterano alemão representou o ápice da teologia liberal, sendo o maior historiador do cristianismo de sua geração, estabelecendo um padrão de erudição para o século seguinte em seu trabalho. Ele via a pureza original do evangelho corrompida até mesmo nos períodos Neo-Testamentários e aumentando nos séculos seguintes (SAWYER, 2009).

Conclusão:
Basicamente a teologia liberal propõe uma conciliação entre a fé cristã e o racionalismo humanista, ou seja, a essência do liberalismo cristão é o desejo de contextualizar os fundamentos religiosos da tradição judaico-cristã, onde, devido às sucessivas mudanças culturais, a igreja tem procurado adaptar sua estrutura organizacional, rejeitando a autoridade religiosa, sendo assim, os liberais entendem que nenhuma questão teológica está fechada ou definida. Eles negam a inerrância e a inspiração da Bíblia. Apesar de abrirem aos homens a oportunidade de pensarem e usarem a razão para mitigar a grande exclusão social, principalmente após a Idade Média, esta forma de reinterpretar as Escrituras e suas doutrinas mais prejudicou e distanciou o homem de Deus do que trouxe benefícios. Destarte a grande quantidade de denominações que professam uma fé salvadora em Cristo Jesus e que possuem divergências amplas em seus sistemas teológicos.

Referências:
BROWN, Colin. Filosofia e Fé Cristã. Trad. Gordon Chown. São Paulo: Vida Nova, 2007.
COSTA, Hermisten Maia Pereira. Raízes da Teologia Contemporânea. São Paulo: Cultura Cristã, 2004.
CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Vol. 3. São Paulo: Hagnos, 2013.
GRENZ, Stanley J.; OLSON, Roger E. A Teologia do Século 20: Deus e o mundo numa era de transição. Trad. Suzana Klassen. São Paulo: Cultura Cristã, 2003.
JONES, Peter. A Ameaça Pagã: velhas heresias para uma nova era. Trad. Marcelo Tolentino. São Paulo: Cultura Cristã, 2002.
KEELEY, Robin. Fundamentos da Teologia Cristã. Trad. Yolanda Krievin. São Paulo: Editora Vida, 2000.
MCDERMOTT, Gerald R. Grandes Teólogos: uma síntese do pensamento teológico em 21 séculos de igreja. São Paulo: Vida Nova, 2013.
SAWYER, M. James. Uma Introdução à Teologia: das questões preliminares, da vocação e do labor teológico. Trad. Estevan F. Kirschner. São Paulo: Editora Vida, 2009.

SCHAEFFER, Francis A. A Igreja no Século 21. Trad. Elizabeth Stowell Charles Gomes. São Paulo: Cultura Cristã, 2010.

domingo, 13 de julho de 2014

Livro: Uma Introdução à Teologia, das questões preliminares, da vocação e do labor teológico.

Uma Introdução à Teologia é uma biblioteca em um volume! Do dispensacionalismo à teologia da libertação; de Charles Wesley a Paul Tillich; da epistemologia à eucaristia; e muito mais. James Sawyer consegue aqui apresentar um panorama realmente útil aos estudantes e leitores iniciantes. Eis um material completo, mas não excessivamente detalhado.
Embora muitos livros sobre teologia sistemática ofereçam material introdutório, o leitor ainda é frequentemente forçado a mergulhar diretamente na teologia sem nenhum preparo para entendê-la. Você tem em mãos um salva-vida que o ajudará a se manter na superfície e uma bússola que o auxiliará na navegação de águas muitas vezes desconhecidas.

domingo, 15 de junho de 2014

Presbítero, Bispo ou Ancião? Como Reter Tantos Talentos Humanos?

           
            Estivemos estudando neste domingo (15/06) a lição bíblica nº 11 do segundo trimestre de 2014 em todas as Igrejas Evangélicas Assembleias de Deus que utilizam a editora CPAD em suas escolas dominicais abordando a função Presbítero e seu ministério. Utilizando o texto base de Tito 1.5-7 e 1 Pedro 5.1-4 que admoestam o estabelecimento de presbíteros e o seu respectivo serviço na obra de Deus.
            Não é de admirar que haja uma quantidade enorme de presbíteros que desempenham suas funções por entre as Assembleias de Deus neste vasto Brasil e também no campo missionário, no entanto, em seu sistema de Governo, que se mescla entre o Episcopal e o Congregacional, percebe-se que há uma subcategoria criada pelas Assembleias de Deus dessa sublime função bíblica, ou seja, subpresbíteros. O texto da leitura bíblica em classe sugerida pelo comentarista da revista, pastor Elinaldo Renovato, trás como objetivo conceituar o termo e a função, valorizar o ministério e apontar para os deveres dos presbíteros, porém, até que ponto os atuais presbíteros podem exercer biblicamente seus ministérios? Nas bases de interpretações do verdadeiro significado da palavra presbítero decidiu-se, provavelmente em Convenções, que os mesmos seriam apenas auxiliares dos bispos ou pastores e mais um degrau a conquistar, contrariando o texto bíblico (Atos 20.28). Hierarquizaram a função de presbítero e colocaram o evangelista na posição intermediaria entre Pastor e presbítero, deixando de vez o sistema de governo congregacional e decididamente sendo episcopal, onde estes presbíteros não podem votar, tomar decisões, etc. (At 15.2), em reuniões estaduais, nacionais, mas somente evangelistas e pastores. Porque isso ocorreu?
            Com o crescimento das Assembleias de Deus, fato notório numa escala cada vez mais positiva, como reterem tantos talentos humanos que passaram a compor o rol de membros da mesma e por que não dizer de homens aptos ao ministério? Como toda organização, ainda que tendo como primazia o organismo espiritual e cristão, a igreja é regida por processos sociais e espirituais, os primeiros, mesmo que muitos não queiram ver, existem, e interfere na estrutura administrativa e organizacional, ou seja ela afasta-se de uma linha horizontal hierárquica, achatada nos processos como o era na igreja primitiva e segue rumo a uma cadeia de comando mais verticalizada onde existe o papel do pastor, no topo, e na sequencia vem os evangelistas, presbíteros, diáconos, auxiliares e porteiros, e por último o membro. Como reter estes talentos humanos? Ser presbítero na igreja primitiva não era função para qualquer um (Tt 1.6 e 7), pois a própria bíblia o compara ao ancião ou ao bispo. Essa categoria criada: subpresbíteros, homens que não têm a mesma autonomia de outras categorias já citadas aqui são tidas para fechar uma grande lacuna no meio ministerial das Assembleias de Deus, pois seriam homens com talentos espirituais e primorosos em conhecimento e que pelo grande crescimento das igrejas locais não tinham como contê-los dentro dos seus respectivos ministérios se não lhe atribuíssem uma função extra, mas não na autonomia da igreja primitiva.
            Nessa situação a Eclesiologia evoca ao verdadeiro significado da palavra presbítero, do grego ‘presbys’, que significa pessoa mais velha e sinônima de bispo, do grego ‘episkopos’, significando supervisor, de professor, do grego ‘didaskolos’ e de pastor, também do grego ‘poimem’ (Bíblia de Estudo Palavra-Chave, CPAD), conforme citado na própria lição e não despercebido no ensino do apóstolo Paulo que cuidou em administrar as igrejas locais por onde o evangelho expandia-se; uma de suas atribuições foi estabelecer presbíteros em vários lugares, identificando assim, o aspecto pastoral da função na igreja primitiva. A membresia na igreja Neo-Testamentária tinha uma grande influência na escolha dos seus liderados; líderes e igreja local andavam em perfeita sintonia, pois o sistema de governo, aparentemente Congregacional, dava margem para o corpo de Cristo participar mais efetivamente dessas escolhas, pois, é a Igreja que torna legítimo o ministério pastoral e não o oposto, e isto é Bíblico. O sistema atual não é próximo ao sistema de Governo Presbiteriano, pois existem hierarquias e bem definidas; certamente na Convenção Geral das Assembleias de Deus de 1937, em São Paulo, foram debatidas as questões relativas aos presbíteros e essa subcategoria, afirmando que não podiam ser considerados pastores – isto está no próprio auxílio bibliográfico II da referida lição, porém não explica o porquê de tirarem a ênfase bíblica de tão grande e importante função. Melhor fosse consagrar bem menos presbíteros (anciãos) e fossem revestidos de autonomias próprias de suas funções.

sábado, 14 de junho de 2014

VISÃO TEOLÓGICA DOS PENSAMENTOS PAULINO, PETRINO E JOANINO

 1 – A Teologia Neo Testamentária e sua Influência Pós-Moderna

            A teologia do Novo Testamento é interpretada segundo muitos eruditos como uma conseqüência da história da religião racionalista até a sua forma absoluta, descobrindo na Bíblia idéias religiosas que estavam em consonância com uma teologia dogmática aprimorada para os tempos modernos, não só uma teologia histórica, mas uma visão transcendente do Divino. Segundo Hegel (1813) apud LADD (2003, p. 18) “[...] o movimento do pensamento humano seguia o padrão dialético de uma posição (tese) para outra oposta (antítese); e da interação dessas duas emergia um novo discernimento ou aspecto da realidade (síntese)”. Mesmo que essa afirmativa pudesse influenciar muitos estudiosos de sua época e conseqüentemente da atualidade, muitos abandonam os pensamentos racionalistas para encontrar uma verdade eterna no Novo Testamento e nos movimentos históricos da igreja primitiva na revelação da sabedoria e do espírito em Jesus Cristo, acentuando uma reflexão teológica ortodoxa.
            Ainda conforme [1]Bultmann, “[...] a tarefa da teologia é a de descobrir um ‘conceptualismo’, cujos termos pudessem aproximar a mensagem do Novo Testamento à cosmovisão moderna” (BULTMANN, p. 253), ou seja, quando o cristianismo é privado de sua objetividade, cuja idéia fundamental é a intervenção livre e sobrenatural de Deus na própria história eclesiástica, se tornaria uma religião como outra qualquer, abstrata, ilusória e sem a autenticidade relida apenas pelos “olhos da fé”. Apoiando-se num esquema interpretativo existencialista, Butmann interpretava o Novo Testamento se valendo de métodos histórico-críticos, para eliminar do próprio texto os elementos resistentes ao sistema filosófico existencialista, ou mítico, expressão pela qual ele afasta-se teologicamente de uma formulação ortodoxa e evangélica comum, aceita pela maioria dos estudiosos, que (segundo ele) empregavam uma linguagem mitológica, a exemplo: “[...] vindo a plenitude dos tempos [...]” (Gl. 4.4b).
A concepção mítica do universo corresponde a exposição do acontecimento salvífico, que constitui o conteúdo verdadeiro da proclamação neotestamentária. A proclamação emprega linguagem mitológica: eis que é chegado agora o tempo final; “vindo a plenitude do tempo”, Deus enviou seu filho. Este um ser divino preexistente, aparece na terra como um ser humano, sua morte na cruz, a qual ele sofre como um pecador propicia expiação para os pecados dos seres humanos (BULTMANN, 1987, p. 253).
Essa linha de raciocínio dá margem a um ponto crítico na erudição de Bultmann que tende a transformar o pensamento cristão em um mero comentário a cosmovisão moderna. Toda a mensagem do Novo Testamento tem de ser repensada em categorias existenciais, e nisto o evangelho perde o seu valor e sua força, e passa a ser mais uma boa filosofia de vida. Essas novas abordagens teológicas naturalmente encontraram resistências dos círculos ortodoxos, não só dos que negavam a validade de uma perspectiva histórica, mas também daqueles que procuravam combinar o método histórico com uma fé firmemente apoiada na revelação. Também sob a influência da teologia de [2]Ritschl, a essência do cristianismo foi interpretada como uma religião puramente ético-espiritual, que foi proclamada e incorporada na vida e missão de Jesus. O Reino de Deus é o bem supremo, o ideal ético. O âmago da religião é a comunhão pessoal com Deus, como Pai.
Esta perspectiva "liberal antiga" chegou a influenciar até mesmo escritores conservadores. Tanto B. Weiss (Theology oflheNT, 1868, Ingl. 1903) como W. Beyschlag (NTTheology, 1891, Ingl. 1895) interpretaram Jesus primeiramente em termos espirituais, dando grande ênfase ao aspecto da centralidade da Paternidade de Deus. Esses homens podem ser considerados conservadores pelo fato de terem reconhecido a realidade da revelação e a validade do cânon; mas o quadro que apresentam de Jesus reflete elementos característicos do liberalismo. Eles também empregam o método dos "sistemas de doutrina", em que Weiss foi tão longe, a ponto de descobrir quatro períodos distintos de desenvolvimento teológico em Paulo, os quais trataram separadamente (LADD, 2003, p. 20).

            O liberalismo teológico opunha-se aos sistemas doutrinários, encontrando nos ensinos simples e éticos de Jesus, o elemento distintivo da teologia Bíblica, mesmo que seus representantes levassem, até certo ponto, considerando o ambiente religioso do cristianismo primitivo uma influência natural do judaísmo helenístico. [3]Otto Pfleiderer, corroborando com essa ideologia, pressagiou uma nova abordagem:
O escopo da teologia do Novo Testamento é a formulação de expressões das experiências religiosas vivas do cristianismo primitivo compreendido à luz de seu ambiente religioso, e não a formulação de verdades imperecíveis quer estas sejam mediadas por uma revelação sobrenatural, quer sejam descobertas pelo exercício do pensamento racional. Por esta razão, a conseqüência natural foi o deslocamento da Teologia do Novo Testamento em favor da história da religião no cristianismo primitivo (LADD, 2003, p. 21).

            Durante a década de 1920, um novo ponto de vista começou a tomar forma, o retorno contemporâneo à teologia Bíblica. “[...] A perda da confiança no naturalismo evolucionista, [...] uma reação contra o método puramente histórico que reivindicava uma total objetividade [...] e a recuperação da idéia da revelação” (LADD, 2003, p. 22), levou à convicção que a Palavra de Deus continha tanto a história quanto uma verbalização a respeito de um significado superior da mesma. A teologia liberal fora questionada mudando a natureza de estudos do Novo Testamento.
Nos anos seguintes, a crítica dos Evangelhos voltou-se para o estudo da tradição oral do evangelho (Formgeschichte ["a história das formas"]) em uma tentativa de descobrir como as leis que controlavam a tradição poderiam explicar a transformação do Jesus "histórico" no Cristo kerigmático (divino), üm resultado positivo desses estudos, extremamente relevante, foi o reconhecimento de que a crítica da forma não pôde encontrar, em qualquer registro da tradição do evangelho, um Jesus puramente histórico (isto é, humano). Porém, duas conclusões distintas resultaram dessa concepção. Por um lado, encontra-se o agnosticismo dos críticos da forma, como Rudolf Bultmann, um estudioso que considera o Jesus histórico tão profundamente obscurecido pelo Cristo da fé, que já não é possível conhecer quase nada a respeito da vida e da personalidade de Jesus. Bultmann só percebe uma descontinuidade entre o Jesus da História e o Cristo do kerigma, razão pela qual excluiu Jesus do tema da teologia do Novo Testamento (LADD, 2003, p. 23).

            Muita literatura foi produzida nestes últimos 20 anos sobre a Teologia do Novo Testamento, umas, com pouca influência, como foi o caso de escritores americanos que não contribuíram muito, mas diferentemente os alemães avançaram numa perspectiva criativa e abrangente, dividindo opiniões entre uma abordagem teológica de interpretação do Novo Testamento e uma abordagem estritamente científica.

2 – Uma abordagem às Teologias de Pedro, Paulo e João

            A teologia nasce à medida que os sucessores dos apóstolos começam a refletir sobre os ensinamentos de Jesus e a partir deles tentam explicá-los em novos contextos e resolverem polêmicas que ponham em contradição a crença e a conduta cristãs apostólicas. Os apóstolos deixaram seu legado escrito, pelos quais cópias foram imprescindíveis para termos em mãos tudo que existe hoje, falando de material que dão apoio ao conteúdo Bíblico, sendo assim, os primeiros teólogos cristãos foram os bispos e outros ministros e líderes de congregações do Império Romano, ou também conhecidos por “pais da igreja”. A teologia em si, assim como a ortodoxia correta surge justamente em um ambiente turbulento pelos desafios impostos aos ensinamentos cristãos por sectários que se apresentavam diante da igreja de Cristo.
            O ano de 70 DC – quando Jerusalém foi destruída – é um tempo transicional para a verdade do Evangelho. A Igreja Judia, formada no dia de Pentecostes, chegou ao seu fim (na verdade, já havia acabado; isso foi apenas tornado público naquela ocasião). A obra de João, entretanto, é um tanto diferente. Ele não ensina verdades dispensacionais. Em seu Evangelho, ele não menciona a ascensão de Cristo; em suas Epístolas, ele não aponta a posição celestial dos santos. Pelo contrário, ele se concentra no Senhor Jesus como o Verbo se fazendo carne, e vindo dos céus para a terra. A obra de João se segue à de Pedro e de Paulo, e isso supre a falta deles. João reúne, ao mesmo tempo, a primeira e a última vinda de Cristo, e a sua obra cobre toda a duração. Ele prega a pessoa de Cristo e a vida eterna. Apesar do fato de que, exteriormente, a dispensação tenha sido corrompida, a vida eterna permanece sem mudanças. Isso nós vemos nos dois últimos capítulos do evangelho de João. As obras de Pedro e de Paulo sofrem mudança dispensacional, mas a obra de João transcende a essa estrutura. Ele mostra o Senhor Jesus como a vida eterna que não pode ser mudada. Embora a igreja apóstata possa ser vomitada da boca do Senhor, o próprio Senhor permanece o mesmo (LADD, 2003).
Portanto, é extremamente importante que se compreenda as obras destes três apóstolos: Pedro fala da falha da igreja Judia; e Paulo, da falha da igreja Gentia. Após haverem acabado as obras de Pedro e de Paulo, João dá continuidade às suas obras: ele simplesmente narra a condição falida das igrejas de seu tempo. As igrejas sobre as quais João escreve são um tanto diferentes daquelas sobre que Paulo escreveu.
Nesse enfoque a visão teológica nos pensamentos dos apóstolos Paulo, Pedro e João é estudada por homens comprometidos com a verdade por várias gerações. Tudo isso possível graças à unidade essencial e harmonia dos seus textos, elos que só são possíveis pela inspiração superior de um Deus, fazendo com que haja um corpo teológico que se nutre da história nas Escrituras.
[4]Ello es posible dada la unidad esencial y la armonía de la revelación en su desarrollo. En la Biblia observamos, paralelamente a una línea histórica bien marcada, una línea teológica que interpreta y da valor a la historia. Esta segunda línea, pese a la diversidad de circunstancias cambiantes que la envuelven, mantiene su continuidad e invariabilidad. Con diferencia de matices, de énfasis, de profundidad, de lenguaje incluso, se mantienen desde el principio hasta el fin de la revelación las mismas concepciones de Dios, del hombre, del pecado, de la gracia, de la redención. Podemos, pues, hablar de una teología bíblica, fundamento de toda teología sistemática, y descartar la idea de una pluralidad de teologías sostenida por algunos [...] no lo tiene afirmar la existencia de diferentes teologías (paulina, petrina, joanina, etc.) en el Nuevo Testamento, independientes y en algunos puntos contradictorias entre sí. Nadie negará la diversidad de enfoques y acentos que cada escritor bíblico da a los temas doctrinales que trata, pero esa diversidad no equivale a pluralidad de teologías. Señala más bien una unidad teológica polifacética, como era de esperar en el campo, amplio y complejo, de las doctrinas contenidas en la Biblia. (MARTINEZ, 1984, p. 217 e 218).

            Deve-se lembrar que a Bíblia Sagrada é o meio pelo qual a revelação de Deus vem até o homem, e esta revelação inclui um conjunto de fatos e as verdades com um fundo doutrinário e didático. Este conjunto é orgânico, é coerente com cada parte o qual mantém uma relação harmoniosa com o todo. Não há inconsistências ou contradições entre elas, sendo assim, o que os evangelhos sinóticos falam os pensamentos joaninos, paulinos e petrinos ratificam.
Fica um questionamento acerca da teologia joanina. Por conseguinte o problema teológico que nos coloca a teologia joanina não é a pergunta em si muito válida até que ponto os relatos sobre Jesus e as palavras de Jesus no evangelho de João apresentam noticias historicamente fidedignas. A pergunta teológica decisiva é: se essa imagem de Jesus feita pela fé pode ou não ser compreendida como interpretação correta do agir divino na pessoa de Jesus sob o ângulo da situação da comunidade de fé na época tardia do cristianismo primitivo? Embora todos os Evangelhos do cânon sagrado tenham em Jesus o seu eixo, diferente dos sinóticos, João apresenta um Jesus mais enfático, onde o “Eu” está sempre em destaque, indicando Jesus de forma mais direta. Ele ainda apresenta um forte dualismo (luz x trevas, carne x espírito, etc.), utiliza-se de um grego mais simples em relação aos demais, trazendo um foco teológico e não histórico. O quarto evangelho devido a suas profundezas teológicas tornou-se fonte de inspiração de várias literaturas por várias gerações (LADD, 2003).





[1] Teólogo e escritor protestante alemão (1884 – 1976). Estudou teologia nas Universidades de Tubinga, Berlim e Marburgo. Professor nesta última universidade desde 1921 até a sua aposentadoria em 1951. Muito discutido, tanto nos círculos protestantes quanto nos católicos, por sua interpretação dos Evangelhos, da pessoa histórica de Jesus e de sua mensagem, aplicou as normas da crítica histórica do século XX, assim como o método das formas ao texto bíblico. Esteve em contato com as correntes filosóficas modernas, valendo-se, principalmente, da análise existencial de M. Heidegger. De imensa erudição e capacidade, é uma figura importante e discutida do pensamento cristão atual.
(BULTMANN, Rudolf. Crer e Compreender. Artigos Selecionados. Editor: Walter Altmann. Trad. Walter O. Schlupp e Walter Altmann. Editora Sinodal. São Leopoldo, RS. 1987).
[2] Albrecht Ritschl foi um grande teólogo do protestantismo liberal alemão. Nasceu em Berlim em 1822 e faleceu em 1889. Tornou-se bispo e um grande pesquisador, estudando teologia em Bonn e em Halle. Foi professor em Halle e em Göettingen. Foi influenciado por pensadores como Immanuel Kant, Friedrich Hegel e Friedrich Schleiermacher. Em seus estudos deu ênfase ao Novo Testamento, História do Cristianismo e Dogmática. Essa ênfase é claro em sua obra Die Christliche Lehre von der Rechtfertigung (A Doutrina Cristã da Justificação e Reconciliação) publicada em 1870 em três volumes. Como teólogo protestante alemão, estudou não somente o novo testamento, mas também a grande figura do protestantismo, Martinho Lutero. Como liberal, a ortodoxia protestante encontrou resistência no teólogo, que procurou reinterpretar o luteranismo a partir de seu liberalismo.

(Recuperado do site: <http://bloghistoriacritica.blogspot.com/2009/11/ritschl-albrecht.html> Acesso em: 16 de jul de 2011).
[3] Ele nasceu em Stetten (agora uma parte da Kernen , Baden-Württemberg ), em Württemberg . From 1857 to 1861 he studied at the University of Tübingen under FC Baur , and afterwards in England and Scotland . De 1857 a 1861 ele estudou na Universidade de Tübingen sob FC Baur , e depois na Inglaterra e na Escócia . He then entered the ministry, became "repetent" at Tübingen, and for a short time held a pastorate at Heilbronn (1868). Ele então entrou no ministério, tornou-se "repetent" em Tübingen, e por um curto espaço de tempo realizou um pastorado em Heilbronn (1868). In 1870 he became chief pastor and superintendent at the University of Jena and soon afterwards professor ordinarius of theology, but in 1875 he was called to the chair of systematic theology at Berlin, having made his name by a series of articles on New Testament criticism and Johannine and Pauline theology, which appeared in Adolf Hilgenfeld 's Zeitschrift für wissenschaftliche Theologie , and by his Der Paulinismus , published in 1873. Das Urchristentum, seine Schriften und Lehren, in geschichtlichen Zusammenhang beschrieben was published in 1878 and considerably enlarged for a second edition in 1902. Em 1870 ele se tornou pastor-chefe e superintendente da Universidade de Jena e logo depois ordinarius professor de teologia, mas em 1875 ele foi chamado para a cátedra de teologia sistemática em Berlim, tendo feito o seu nome por uma série de artigos sobre Novo Testamento crítica e joanino e teologia paulina, que apareceu em Adolf Hilgenfeld 's Zeitschrift für Theologie Wissenschaftliche, e por sua Paulinismus Der, publicado em 1873. Das Urchristentum, Schriften und seine Lehren, em geschichtlichen Zusammenhang beschrieben foi publicado em 1878 e consideravelmente ampliada para uma segunda edição em 1902. (Origem: Wikipédia).
[4] Isto é possível por causa da unidade essencial da revelação e harmonia no seu desenvolvimento. Na Bíblia vemos, em paralelo com uma história bem marcada, uma linha teológica que interpreta e dá valor à história. Esta segunda linha, apesar da variedade de alteração das circunstâncias que a rodeiam mantém a continuidade e constância. Com diferença de tonalidades de ênfase, a profundidade, a linguagem, mesmo mantido desde o início até o fim da revelação as mesmas concepções de Deus, o homem, o pecado, a graça, a redenção. Podemos, portanto, falar de uma teologia bíblica, fundamento de toda teologia sistemática, e descartar a idéia de uma pluralidade de teologias realizada por alguns [...] não tem que afirmar a existência de diferentes teologias (Paulina, Petrina, Joanina, etc.) no Novo Testamento, independente e em alguns pontos contraditórios entre si. Ninguém vai negar a diversidade de abordagens e ênfases que cada escritor bíblico dá a questões doutrinárias envolvidas, por essa diversidade e não pluralidade igual de teologias. Pontos em uma multifacetada unidade teológica, como esperado no campo, amplo e complexo das doutrinas contidas na Bíblia. (MARTINEZ, 1984, p. 217 e 218) Tradução.